quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Anel Rodoviário de BH (Parte01): Se você não conhece, nem queira

Acho que o Anel Rodoviário de Belo Horizonte é famoso no Brasil inteiro. Afinal, não conheço outra via dentro de uma cidade que frequentemente é notícia nos jornais nacionais, tal como o Anel, com seus acidentes que produzem inúmeras vítimas, ocupantes de veículos que foram esmagados por alguma carreta que "perdeu os freios".

Também, não é por menos: a situação aqui é algo totalmente absurda, algo inconcebível.

Belo Horizonte é uma cidade das mais importantes do Brasil. É a capital de Minas Gerais. Devido a sua localização, entroncamento de diversas rodovias, rota de deslocamento entro o Norte e o Sul, o Leste e o Oeste.

Em Belo Horizonte convergem os caminhos para o Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Nordeste, Espírito Santo. E todas essas rodovias se encontram no Anel Rodoviário. Todos os caminhões, carretas, bi-trens, treminhões, para se deslocar de uma rodovia à outra, têm que passar pelo centro de Belo Horizonte.

Não ??? Pois verifique o mapa. Se algum dia o Anel era realmente um anel, circundando a cidade, isso já ficou para trás a muitos anos. Observe o mapa da grande BH. O Anel Rodoviário praticamente divide duas metades de uma grande mancha urbana.

O Anel Rodoviário de Belo Horizonte é utilizado para o deslocamento entre as regiões da cidade - para os moradores irem ao trabalho e voltar às suas casas. Jamais poderia estar recebendo o tráfego de regiões do país - veículos de carga que estão se deslocando do sul ao norte, do leste ao oeste.

Para estes, muito antes de Belo Horizonte, já deveria haver outra via de ligação entre as diversas rodovias. Já existe projeto nesse sentido, mas que, receio, não passa de projeto. E se for o que se pode encontrar na internet, sob o nome de "Rodoanel", tristemente se constata que não há ligação entre as saídas para o Rio e São Paulo, ou seja, na parte mais crítica do Anel, entre as BRs 040 e 381, onde sequencialmente ocorrem os infames acidentes "perdi o freio", os veículos de carga continuariam a passar pelo Anel.

Depois da última tragédia, providências foram tomadas. Falou-se em instalar, nesse trecho mais crítico, um radar a cada cinquenta metros! Nos vinte e cinco quilômetros do Anel não devem existir 10 radares - querem botar 100 radares em cinco quilômetros de rodovia!

E mais, estudam restringir o trânsito de veículos de carga no Anel, proibindo-o nos horários de pico. É capaz da fila de caminhões aguardando a hora de usar o anel chegue até na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro!

É claro que o anel necessita de um sistema de controle de velocidade, de fiscalização massiva, de uma reforma, revitalização, seja lá o que for. Mas nenhuma medida vai resolver o problema, enquanto o Anel for essa aberração.

continua...

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